quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Dia 1.

Cheguei em casa hoje com a leve impressão que tinha uma saga pela frente. Tentei conversar com a mãe, mas acho que não foi uma escolha muito sábia da minha parte. Conversa com mãe sempre acaba em um jogo de egos. Fiquei com vontade de chorar mas me segurei.
Mais tarde, Paizão chegou com Bibia e eu e Carolzinha brincamos com ela. A gente usou tinta, o que eu descobri ser uma ferramenta que prende a atenção de crianças. De vez em quando (e eu não sei porque) me vinha uma vontade de chorar, mas eu segurava e engolia o choro a seco. Acho que era porque eu estava na frente de uma criança, e aqueles gestos e voz e beleza me tocaram mais profundamente.
Antes de dormir, com a casa em silêncio, os fantasmas voltaram a me atormentar. Sozinha no meu canto eu pensava em muitas coisas, e a dúvida fazia meu coração disparar. Acho que eu me faço mal. Meu vazio me faz mal, e minha mente não consegue pensar em flores quando a guerra se anuncia.
Eu sou mais alma do que achei que era.

"Se eu tivesse mais alma para dar, eu daria..."

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